terça-feira, 17 de abril de 2012

Silvicultura e biocombustíveis têm grande potencial de crescimento no TO


Silvicultura e biocombustíveis têm grande potencial de crescimento no TO
Viveiro de mudas de Eucalipto fortalecem a produção
O Tocantins tende a se tornar um dos principais produtores de energia a partir de fontes limpas, com avanço da silvicultura, do plantio de cana-de-açúcar e de oleaginosas (como a soja e amendoim) para a produção de biodiesel. Segundo levantamento realizado pela Seagro –Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, em 2011, o Estado já possuía 83 mil hectares de florestas plantadas e até 2017 essa área deve ser expandida para 795 mil hectares.

Atualmente, o plantio de florestas no Tocantins gera cerca de seis mil empregos diretos, numero que deve ser elevado para 60 mil até 2017. Segundo o secretário da Agricultura, Jaime Café, o Governo, através da Seagro, trabalha para organizar as informações relacionadas ao setor. “Acreditamos que nos próximos ano o Estado vai receber cada vez mais investimentos nesse setor [silvicultura]”, avaliou o secretário.

De acordo com o diretor de Agroenergia da Seagro, Luiz Eduardo Leal, a silvicultura é o setor do agronegócio tocantinense que apresenta o maior potencial de crescimento. “O Estado é um dos que mais cresce quando se fala em floresta plantada, porque temos clima e solo propícios, além de uma grande disponibilidade de áreas já desmatadas, que se encontram degradadas, que podem ser utilizadas pela silvicultura”, avaliou Luiz Eduardo.

Etanol
A produção de cana-de-açúcar no Tocantins ocupa atualmente uma área aproximada de 30 mil hectares, o que possibilita uma produção anual de 120 milhões de litros de etanol por ano. A região de Pedro Afonso abriga uma usina de Álcool e Açúcar da Bunge e por consequência a produção de cana do Estado concentra-se naquela região. Contudo, um zoneamento realizado pela Embrapa, em 2011, aponta que o Estado possui potencial para implantação de até 20 usinas e a utilização de uma área de 1.200 mil hectares de cana-de-açúcar.

Segundo o coordenador de Etanol da Seagro, Marcus André Ribeiro, nos últimos anos vem ocorrendo um deslocamento da expansão do plantio da cana-de-açúcar do Sudeste para as regiões Centro-oeste e Norte. “A cultura tem se adaptado muito bem nas terras tocantinenses apresentando uma produtividade até maior que média nacional, por isso esperamos um crescimento grande do setor para os próximos anos”, avaliou Marcus André.

Biodiesel

O cultivo de oleaginosas, sobretudo soja e amendoim, para produzir biodiesel também tem apresentado crescimento constante e a projeção é que nos próximos anos o Estado produza até 400 mil m³ de biodiesel – a produção atual é de 158 mil m³. O Tocantins conta com duas usinas de produção de biodiesel, a Biotins (Paraíso) e Brasilecodisel (Porto Nacional).
Autor: Valmir Araújo - Ascom/Seagro

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Agropecuária de Baixo Carbono - ABC


O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é uma das principais ações adotadas pelo governo federal para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Como incentivo à sua implementação, o governo vem aplicando uma política de incentivos que inclui, além de financiamento a produtores rurais, estudos técnicos e capacitações profissionais para facilitar a difusão de práticas de baixo impacto ambiental. A meta é deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de gás carbônico nos próximos 10 anos no Brasil.
O Tocantins é um dos pioneiros na divulgação dessas práticas. Há alguns anos, a Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário vem implantando ações que incentivam no Estado a recuperação de pastagens degradadas, a produção de combustíveis alternativos e o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas, entre outras.
Para se ter a ideia da importância deste projeto em âmbito nacional, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento estima que, dos R$ 18 bilhões oferecidos como crédito rural no Plano Agrícola e Pecuário da safra atual, R$ 2 bilhões são destinados ao programa ABC. Segundo técnicos do próprio Ministério, ao optar pela adoção de práticas sustentáveis (como a integração lavoura-pecuária-floresta, produção orgânica ou sistema agropecuário de produção integrada), o agricultor poderá obter o crédito a juros de 6,75% ao ano, com a possibilidade de chegar a 5,75%, caso desenvolva essas atividades em áreas degradadas.
Os dados apresentados nacionalmente revelam a importância do tema para a Agrotins, um evento agrotecnológico já consagrado, que repercute em toda a região amazônica. Pois, ao priorizar a Agropecuária de Baixo Carbono, o Tocantins e os demais estados da região Norte abrem espaço para novos negócios em mercados que valorizam a sustentabilidade, aumentam a rentabilidade dos agricultores e, o que é mais importante, preservam seus recursos ambientais.
Corombert Leão de Oliveira

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Código Florestal: metas e métodos


Código Florestal: metas e métodos
Toda a discussão sobre modificações no Código Florestal Brasileiro tem gerado mais calor que luz. A discussão tem sido, por vezes, parcial e superficial, sem refletir a realidade e a necessidade de nosso país e de nosso planeta. Afinal, qual o objetivo de um Código Florestal? Proteger o quê e para quem? Proteger de quem? Entendo que se procura preservar a água, o clima e, consequentemente, as espécies existentes e a biodiversidade. No entanto, o estabelecimento arbitrário de larguras para a mata ciliar e frações de propriedades agrícolas como previsto podem realmente ajudar na realização destes objetivos?
É extremamente simplista dizer que problemas pontuais da agricultura poderiam ser acomodados, assim como não se pode dizer que os produtores de arroz e uva do Rio Grande do Sul, os produtores de maçã de Santa Catarina, os produtores de leite e café de Minas Gerais, entre outros, se constituem numa minoria cujos interesses seriam atendidos pela mudança no atual Código Florestal. Por outro lado, levantar a bandeira da impunidade para justificar a manutenção do atual código é, no mínimo, irresponsável, uma vez que a legislação brasileira permitiu e mesmo incentivou o desmatamento nestas áreas.
Ora, de um lado temos que o próprio aquecimento atmosférico levará a perdas de 20% ou mais na produtividade agrícola brasileira, dependendo da espécie, com aumento do risco e custos, além do deslocamento da produção para o Sul do País. Assim, dizer que é possível aumentar a produção brasileira de alimentos sem grandes esforços e sem aumento da área cultivada não passa de falácia. 
Para a adequada conservação de áreas e espécies é necessário o levantamento de áreas representativas, tendo em conta sua vocação e capacidade de suporte, através de um zoneamento agro-ecológico. E então sim, preservá-las. Do ponto de vista de preservação das espécies, a existência de parques contínuos e corredores ecológicos é muito mais efetiva que fragmentos florestais deixados sem uso, muitas vezes em áreas sem água disponível. Os parques podem ser mantidos pela sociedade ou serem auto-financiados, como ocorre em outros países. Assim, a conta não cairia em apenas uma parcela da sociedade, como no caso, absurdo, do atual Código Florestal. As reservas florestais, no momento, não levam em conta a vocação da terra.

Por exemplo, as matas ciliares, margeando os cursos d’água, vêm sendo exaustivamente discutidas. Qual sua largura? Os valores existentes são completamente arbitrários, assim como os que vêm sendo propostos. Independentemente de seu tamanho, a mata ciliar terá sua eficiência na proteção da água muito afetada pela atividade praticada em seu entorno, seja urbana, seja agrícola. No caso da agricultura, simplesmente não se leva em conta a atividade executada no entorno da mata ciliar. Essa sugestão pode acomodar os objetivos de preservação e produção de alimentos, fibras e energia. Porque não vem sendo discutida?

Por Ciro Antonio Rosolem
*Professor Titular, Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável - CCAS.

Modelos de Produção e Comércio de Abacaxi para o Mercado Interno e de Exportação